sábado, 6 de outubro de 2012

As minhas gravidezes

Não tenho a sorte de ter daquelas gravidezes maravilha, em que se anda bem até ao final, se trabalha até rebentar o saco das águas e, em que tirando a barriga a crescer, tudo decorre como se nada se passasse de estranho. 
Do Tomás foi a desgraça total. Com o bebé tudo bem (e, afinal, até é o mais importante), já a mãe andava que era uma desgraça. Enjoei que nem um peru até às 16 semanas. Tinha dores na barriga que a médica classificava como altamente incómodas mas inofensivas e, que se deviam ao estiramento dos músculos e ligamentos. Dores de costas nem se falam, até porque tenho 2 hérnias na coluna e, se habitualmente já tenho dores, com a gravidez acentuaram-se a olhos vistos. Na recta final da gravidez, fiquei com diabetes gestacional, obrigando-me a 3 picadas no dedo diárias e a uma injecção de insulina ao almoço e, mesmo assim, andavam descontrolados. Para além disso, fiz retenção de líquidos desde muito cedo, pelo que toda eu era um monstro: nos últimos meses de gravidez, só conseguia calçar umas havaianas largueironas, porque tinha cepos em vez de pés. E, last but not least, dei um trambolhão com 37 semanas e, parti um dedo da mão esquerda! O parto do Tomás foi doloroso e, só conseguiram que ele saísse puxando-o com os fórceps. Ele chorou todas as noites durante 7 semanas, da 1:00 até às 7:00 e, eu ainda hoje não sei como aguentei. Acho que eu andava meio anestesiada e nem sentia nada, além de um cansaço extremo. 
Da Mafalda, tem sido mais calmo mas... Só enjoei uma semana. Parti um pé, com 13 semanas de gestação. Sinto um cansaço tããããão grande que, no trabalho, havia horas em que me sentia adormecer em frente ao monitor e, levantava-me muitas vezes para ir à casa de banho lavar a cara para acordar. Tenho as mesmas dores na barriga (as tais que se devem ao estiramento dos músculos e ligamentos). As dores de costas são infinitamente piores que do Tomás. Quando estou algum tempo sentada, se me levanto, fico sem forças na perna esquerda e, não há maneira de conseguir andar logo. Pareço um pinguim a andar, ainda pior que do Tomás. O peso tem aumentado de forma mais descontrolada, apesar de me dizerem que estou bem e só tenho barriga. Não durmo nada de jeito e, acordo mil vezes por noite porque tenho as mãos dormentes e, doem-me imenso. O cansaço é maior porque agora há outra criança que é preciso tratar e, se agora estou de baixa e a coisa leva-se, quando estava a trabalhar (até à semana passada), chegava a casa e só me apetecia deitar-me no sofá em posição fetal e ficar assim para sempre. No geral, sinto-me muito em baixo, algo muito parecido com um estado depressivo, que acho que já andava a chocar antes da gravidez e, se acentuou com as hormonas aos saltos. Morro de medo do parto e pós parto e, de ter 2 crianças em casa e, sentir-me incapaz de dar atenção às 2. 
Enfim, este post não deve ser lido por quem esteja a pensar ter filhos, ou esteja grávida, até porque eu não sou exemplo de nada. E, a bem dizer da verdade, isto tudo é exarcebado pela parte hormonal, eu sei. 
Pronto, foi um desabafo. E, para que os meus filhos quando lerem isto no futuro não fiquem a pensar que foram um fardo de sofrimento, só quero que saibam que os amo de todo o coração e, que passaria por tudo novamente por eles. No final, tudo numa balança e, as alegrias são sempre superiores ao que é menos bom.

1 comentário:

jorconde disse...

Es mais exemplo do que imaginas, continua assim de forte, nao sei o que sao dois terrores pela casa mas tenho a certeza que vais superar, es mais uma daquelas super mamis ;)