Os meus filhos a comer, são verdadeiros animais. Eu, que sou a mãe deles e, os adoro de paixão, às vezes fico impressionada com a capacidade deles de se comportarem como neandertais à mesa.. E, se na Mafalda vamos dando o desconto devido à idade, o Tomás já não tem desculpa quase nenhuma! Ora vejamos: no fim da refeição, há mais comida debaixo da mesa, do que havia em cima da mesa, antes da refeição começar; há sempre um que entorna o copo, que mete as mangas dentro do prato (este é mais o pelouro do Tomás!), comem de boca aberta e bem cheia; o Tomás detesta usar a faca; a Mafalda detesta usar talheres e acha que as mãos foram feitas para levar a comida à boca e ponto final; o Tomás detesta sentar-se e, passa a vida a empoleirar-se no banco, tendo já caído dele abaixo, durante uma refeição; a Mafalda se sente algo que não gosta, tira da boca e atira ao chão; já o Tomás, se encontra algo que não gosta, cospe no prato; a Mafalda esfrega as mãos sebosas da comida na cara e no cabelo e, depois ainda nos faz olhinhos doces (cheios de gosma, claro); o Tomás está sempre à espera de uma desculpa para não comer; a Mafalda come o que é dela (e não caiu ao chão) e ainda pede o que está no nosso prato.
As nossas refeições são sempre um chorrilho de recomendações:
- Mafalda, usa a colher.
- Tomás, senta-te direito.
- Mafalda, não atires a comida ao chão.
- Tomás, cuidado que as mangas estão dentro do prato.
- Mafalda, não comas com a mão.
- Tomás, come de boca fechada.
- Mafalda, não vires a água.
- Tomás, não enchas tanto a boca.
and so on...
Hoje, ao almoço, depois de uma refeição especialmente animalesca, suspiro para o pai:
- Bom, dizem que se aprende com o exemplo. Acho que mais rapidamente nos tornamos animais como eles a comer, do que eles comem de forma decente como nós!
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