Como ter um ataque de nervos em 3 actos...

Já fiz o teste da alcoolémia algumas vezes (será que tenho cara de alcoólica??), mas de todas as vezes que o fiz, não tinha ingerido álcool, pelo que estava calma, até um pouco condescendente, como quem diz: "Vão gastar um tubinho à toa!"... Até sábado à noite. Vinha eu a conduzir, porque o marido tinha esquecido o cartão de cidadão e, eis que me mandam parar. Documentos do carro, os meus documentos e a pergunta fatídica: "Consumiu bebidas alcoólicas?" e eu gaguejei um "Não!", apesar de ainda sentir na boca o travo do champanhe que tinha acabado de beber... Quando o agente me perguntou se eu fazia o teste, eu disse um "Claro que sim!", mas o coração começou a bater nas costelas e eu até tive medo que o senhor ouvisse... Os 50 metros que me separavam do carro da brigada, pareceram o caminho do corredor da morte! Para não fazer figura triste, ainda disse ao agente que tinha bebido uma tacinha (foi mais uma taçona, mas agora não interessa nada) de champanhe, até porque tinha vindo de uma festa de anos. Os nervos estavam a toldar-me a visão, o coração parecia que ia saltar-me pela boca! Soprei e, apareceu no visor: AGUARDE! O agente disse: "Eh lá, está a demorar o resultado!" e eu já pintava cenários de horror: tinha sangue a correr no álcool... Depois de ter sido apanhada em excesso de velocidade, ser apanhada com os copos, era capaz de dar choça, não?? E, de repente, sai o resultado (a esta hora, eu já estava pendurada no ombro do agente, para ver o resultado em 1ª mão) e... 0,0. O agente ainda brincou a dizer que o champanhe devia ter sido era sumo de maçã. Acho que soltei um suspiro de alívio (mas sem som, para não me denunciar, claro!). Caminhei de cabeça levantada até ao carro, onde me esperava o marido a rir, já antevendo o meu estado de nervos... Trocista, ainda me disse: "Deves ter pensado que a máquina estava a converter gramas para quilos, não??" Ah, ah.. Engraçadinho!